No cenário global de investimentos, o Brasil reafirmou sua posição de destaque como o segundo maior destino para o Investimento Estrangeiro Direto (IED), ficando atrás apenas dos Estados Unidos no primeiro semestre de 2024. De acordo com dados recentes da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o país captou US$ 32 bilhões em IED, mostrando uma leve estabilidade em relação ao segundo semestre de 2023, que somou US$ 33 bilhões.
IED no Brasil: Estabilidade em Meio à Volatilidade Global
O cenário de investimento para o Brasil no primeiro semestre de 2024 reflete estabilidade, mesmo com a redução de 12,3% nos investimentos em 2023, quando o país captou US$ 64 bilhões em comparação aos US$ 73 bilhões de 2022. De acordo com a OCDE, o desempenho do Brasil foi impulsionado por empréstimos intraempresariais e lucros reinvestidos, o que compensou a queda nos fluxos de “equity capital”, um indicador importante que sinaliza novos investimentos e fusões e aquisições.
Essa estabilidade se torna ainda mais relevante ao observar o cenário das economias do G20 não pertencentes à OCDE, que enfrentaram uma queda de 19% nos fluxos de IED no mesmo período. Essa resiliência do Brasil demonstra sua capacidade de atrair investidores, mesmo em um ambiente global volátil.
Comparativo Internacional: EUA, México e China
A liderança dos Estados Unidos em captação de IED permanece sólida, com US$ 153 bilhões no primeiro semestre de 2024. O país registrou um aumento nos fluxos devido a lucros reinvestidos e empréstimos intraempresariais. Já o México, terceiro na lista de destinos de IED, experimentou um salto expressivo, passando de US$ 4 bilhões entre julho e dezembro de 2023 para US$ 31 bilhões entre janeiro e junho de 2024. Esse avanço rápido mostra o interesse dos investidores na economia mexicana, fortalecida por um ambiente de negócios favorável.
Outro destaque é a Índia, que, com crescimento econômico de 7% ao ano, captou US$ 18 bilhões em IED no primeiro semestre deste ano, registrando um aumento em relação aos US$ 11 bilhões do segundo semestre de 2023. Apesar do crescimento, o volume ainda é inferior ao que o Brasil atraiu, ressaltando a atratividade do mercado brasileiro.
China: Redução no IED Interno e Expansão no IED Externo
Enquanto o Brasil, México e Estados Unidos mostraram resiliência, a China enfrenta uma situação desafiadora. A segunda maior economia mundial registrou uma queda significativa nos fluxos de IED, que ficaram negativos em US$ 5 bilhões no primeiro semestre de 2024. A OCDE relaciona essa redução ao aumento do risco geopolítico e às incertezas econômicas que afetaram a confiança dos investidores estrangeiros.
Por outro lado, a China continua a expandir seus investimentos externos, registrando um crescimento de 12,3% em IED no exterior, totalizando US$ 108 bilhões em comparação aos US$ 97 bilhões do segundo semestre de 2023. Esse crescimento mantém a China como o segundo maior investidor global, atrás apenas dos Estados Unidos.
O Papel do Equity Capital no Crescimento do IED Brasileiro
O “equity capital” ou capital de participação tem um papel crucial nos fluxos de IED, pois está diretamente associado a novos investimentos, como fusões, aquisições e projetos greenfield. Segundo a OCDE, a estabilidade dos investimentos no Brasil foi mantida, mesmo com uma redução nos fluxos de “equity capital”, que refletem a desaceleração das atividades de fusão e aquisição internacionais.
Esse tipo de capital é altamente volátil e frequentemente responsável por flutuações nos fluxos de IED, o que torna a estabilidade recente no Brasil um indicativo positivo para o mercado. O aumento dos lucros reinvestidos e os empréstimos intraempresariais mostram que, apesar das oscilações globais, o Brasil segue atraente para investidores interessados em operações de longo prazo.
Cenário Global: Recuperação Parcial no Primeiro Semestre de 2024
Globalmente, os fluxos de IED alcançaram US$ 802 bilhões no primeiro semestre de 2024, impulsionados, sobretudo, pelo desempenho positivo do primeiro trimestre. No entanto, o segundo trimestre registrou uma queda de 36%, sinalizando incertezas econômicas em várias regiões. Entre os países desenvolvidos, os fluxos de IED, excluindo Luxemburgo e Holanda, diminuíram 14%, enquanto as economias emergentes e em desenvolvimento enfrentaram uma redução expressiva nas despesas de capital em projetos greenfield, atingindo os níveis mais baixos dos últimos dois anos.
A Relevância do Investimento Estrangeiro para o Desenvolvimento do Brasil
A estabilidade do IED no Brasil reflete o fortalecimento do país como destino seguro e lucrativo para investidores, com perspectivas sólidas de crescimento. O capital estrangeiro é fundamental para apoiar o desenvolvimento econômico, aumentando a criação de empregos, a modernização das infraestruturas e a competitividade da economia brasileira no cenário global.
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