O custo da alimentação em casa no Brasil está subindo novamente, e os próximos meses de 2024 prometem impactar o orçamento dos brasileiros. Após um período de deflação incomum em 2023, a inflação da alimentação no domicílio vem registrando altas mensais constantes, impulsionada por fatores climáticos e pelo aumento das exportações de produtos como a carne bovina.
De acordo com a LCA Consultores, a inflação para a alimentação no lar deve ultrapassar a média histórica dos últimos dez anos, com aumentos mensais previstos de cerca de 1% entre outubro e dezembro. Esse cenário afeta não só o consumo das famílias, mas também as expectativas para o IPCA, que já deve fechar o ano próximo ao teto da meta do Banco Central.
A Escalada nos Preços das Carnes: O Que Está Por Trás
As carnes são um dos itens que mais puxam a alta dos preços neste final de ano. A redução dos abates, a alta nas exportações e fatores climáticos como seca e incêndios trouxeram uma pressão extra, fazendo com que a arroba do boi saltasse de R$ 200 para R$ 300 entre setembro e outubro na B3. Esse aumento rápido impacta diretamente o bolso do consumidor e também a cadeia de fornecimento de proteínas alternativas, como aves, pescados e ovos, que devem registrar novas altas devido à demanda crescente.
Esse comportamento inflacionário tem um efeito em cadeia no mercado de consumo e afeta as expectativas de diversos setores, incluindo o varejo e a indústria alimentícia.
Outros Vilões da Inflação na Mesa: Leite, Arroz e Feijão
Além das carnes, itens essenciais como leite, arroz e feijão também apresentam altas expressivas. O leite in natura, afetado pela estiagem, já acumula uma elevação anual de 24,2%. O arroz, pressionado por eventos climáticos adversos como enchentes, deve encerrar 2024 com uma alta de aproximadamente 12%. Para as famílias, esses aumentos pesam diretamente no orçamento, especialmente entre as de renda mais baixa, que dedicam uma fatia considerável de seus rendimentos à alimentação.
Esse cenário exige atenção de executivos e investidores, uma vez que o impacto inflacionário pode gerar mudanças nas prioridades de consumo e oportunidades para o ajuste de portfólios voltados ao mercado de alimentos e varejo.
Projeções para 2025: Riscos e Oportunidades para Executivos
Apesar das expectativas de desaceleração na inflação dos alimentos para 2025, as projeções ainda são incertas. Analistas como os da XP Investimentos esperam uma inflação em torno de 5,55% a 6,4% para o próximo ano, mas a continuidade da alta dos preços da carne, com projeção de mais 10%, dependerá das condições climáticas e do comportamento do câmbio.
Para os executivos, esse cenário pode trazer tanto desafios quanto oportunidades. Empresas voltadas à alimentação, distribuição e varejo podem se beneficiar da alta demanda por alimentos essenciais, enquanto o mercado de investimentos deverá buscar ativos que possam se valorizar em um ambiente de inflação persistente.
Conclusão: Como a Alta dos Alimentos Impacta o Mercado
A inflação da alimentação no domicílio afeta diretamente a vida financeira dos consumidores e impõe desafios para executivos que precisam se adaptar a um cenário de custos crescentes. Para os investidores, o cenário também exige ajustes estratégicos, com atenção a ativos que possam proteger o capital em um ambiente de pressão inflacionária.
No Executivo Informal, continuamos acompanhando as tendências do mercado e as mudanças econômicas que afetam diretamente as estratégias de investimento e consumo no Brasil.
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